Amigo que é amigo volta

Amigos que voltam: o perdão é o reflexo do amor

Ainda muito pequenos, aprendemos que amigos de verdade são para sempre. Com o tempo, claro, descobrimos que o para sempre não é como pensávamos e nem a amizade em si. Isso porque grande parte dos nossos primeiros *amigos de verdade para sempre* acaba não crescendo junto conosco, nem acompanhando o nosso primeiro beijo, o primeiro amor, a rebeldia adolescente, a aprovação no vestibular, o primeiro emprego. 

Afinal, nós mudamos o tempo inteiro. De sala, de escola, de bairro, de cidade, de gostos e também de companhias. E nem assim há como dizer que esses amigos que – no momento – não são mais não foram de verdade. Se foram amigos, eram de verdade. O que entra em questão é: eram amigos para a vida ou para um momento

A segunda leva dos *amigos para sempre* já se inicia com os que superaram a fase anterior. A eles, somam-se os novos amigos da nova sala, escola, bairro, cidade, país, assim como velhos conhecidos que por sorte redescobrimos constantemente.

Esse peneirar de amigos para um momento ou para a vida vai seguir acontecendo, sem parar. A diferença é que, a cada nova fase, vamos escolhendo melhor quem jogar na peneira e o *para sempre*, que antes era promessa, começa a soar como uma probabilidade. Vão para peneira os que tiverem mais potencial de sonhar junto conosco, sentir junto e os que sentirem por nós uma empatia que somente nós teríamos por nós mesmos – ou por eles.

É assim que, em alguma esquina dessas ruas tortuosas de despedidas e encontros, começamos a perceber que alguns desses amigos para a vida não são só os que ficam – eles também são os que voltam. Aprendemos que a amizade nem sempre é contínua. Que, vez ou outra, eles precisavam mesmo se encontrar antes para então nos reencontrar. E que, se a amizade era para ser, será.

Para identificar os amigos para a vida, podemos observar a presença que têm em nosso dia a dia. A frequência com que lembramos deles durante os nossos momentos de alegria ou nos de tristeza. E podemos também identificá-los observando como deixamos as portas do nosso coração para que consigam encontrar o caminho de volta – depois de uma briguinha boba ou de um silêncio de anos. Se não conseguimos fechar a porta semiaberta, da qual sai um feixe de esperança, como numa espera silenciosa, perdão em forno preaquecido, esses amigos que foram e ainda não voltaram provavelmente são para a vida.

Já que, para eles, a porta de entrada será sempre a serventia da casa.

Foto: James Theophane.

Escrevo esse texto porque acredito em amigos que vão… E voltam.

E aí? Vocês já tiveram ou já foram os amigos que voltaram?

Clique aqui para ler mais posts sobre amizade do Declara!


E aí, gostou? Se sim, me acompanhe nas redes sociais ☀️
Instagram, Facebook, Pinterest.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Compartilhe

clara-fagundes-pesquisadora-do-futuro

27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

Categorias

Podcasts de Clara

Encante-se com o trabalho de Clara

Carta Bruxa

Deixe seu e-mail para ser surpreendida com uma newsletter quinzenal mágica na sua caixa de entrada.

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!