ASTROLOGIA NÃO É HORÓSCOPO DO DIA
Esse é mais do que um post sobre astrologia. Esse é um post de utilidade pública para você que ama/curte astrologia ou simplesmente nutre uma curiosidade saudável, mas tem amigos (ou é um dos amigos!) que não acreditam nadinha e ainda dão risadinhas desdenhosas todas as vezes que ouvem comentários *astrológicos*.
Que fique claro desde já: ASTROLOGIA NÃO É HORÓSCOPO DO DIA. Nem do mês, nem da semana, e nem de revista. E também: as suas características astrológicas não se resumem ao signo solar, elas são a soma dos vários planetas que mapeam e influenciam – mas não ditam! – aspectos da sua personalidade. A Astrologia é um estudo milenar, que, como muitos outros estudos, acaba sendo (mal) utilizado de maneira rasa por aí.
E foi por saber disso que chamei Izabel, Érica, Debora e Hanna que trabalham, há mais ou menos tempo, como astrólogas e, por isso, estudam sobre e praticam diariamente a Astrologia de Verdade™, para tirar algumas dúvidas sobre o assunto.
Desde quando você trabalha com isso? Desde quando você estuda sobre o assunto?
Izabel Piccarone: Comecei a estudar, após ir a uma palestra e ouvir colocações que considerei de grande importância, há muitos anos atrás, mais precisamente em 1974. Neste período estava um processo de análise comportamental e pude observar o quanto o conhecimento que um mapa astrológico poderia trazer sobre minhas potencialidades e não potencialidades poderia ser uma ferramenta de crescimento e superação.
Érica Campos: Estudo Astrologia desde os 13, 14 anos, de forma autodidata. Meus pais sempre se interessaram por esoterismo e possuíamos muitos livros sobre diversos assuntos. A Astrologia foi o que mais me interessou e li diversos manuais e livros antes de iniciar o curso de interpretação de mapas com um astrólogo amigo da família aos 16 anos. Logo depois de concluí-lo, comecei a trabalhar com leitura de mapas (o que faço há aproximadamente 10 anos).
Debora Helena: Trabalho com Astrologia desde 2012, quando estava ainda me formando, e trabalho exclusivamente como astróloga desde 2013, quando me formei e abandonei minha profissão anterior, designer de interiores. Estudo desde criança, quando comecei a me interessar por diversos assuntos “místicos”, como Astrologia e Tarô.
Hanna Rommel: Trabalho com Astrologia desde maio desse ano e comecei a estudar mais ou menos em novembro do ano passado de forma mais focada, embora já lesse sobre o assunto desde 2011.
De onde surgiu a astrologia?
Érica: A Astrologia é uma ciência antiquíssima, que no início foi praticada por muitos povos do Oriente Médio. As primeiras cartas estelares do Egito datam de cerca de 4.200 A.C, porém os primeiros sinais de culturas praticantes da astrologia são da Mesopotâmia, há 5000 anos. Posteriormente, outros povos, como os Sumérios, Caldeus, Babilônios, Assírios, Persas, Hindus, Chineses, Gregos, Egípcios, Romanos e Cristãos, até à Idade Media, utilizaram-na como forma de conhecimento superior que era inclusivo e ensinado nas universidades, juntamente com outras ciências da época como a Geometria e a Aritmética.
Debora: A Astrologia ocidental moderna, mais popular na mídia hoje, se estabeleceu a partir de Morin de Villefranche, no século XVII.
Por que tantas pessoas não acreditam em astrologia?
Érica: Eu creio que seja pelo fato da sociedade moderna (em especial nossa sociedade ocidental) ter se distanciando com o passar do tempo das ciências e religiões antigas. E por termos colocado a ciência e tecnologia atuais como base para nossas crenças, paradigmas, tabus e decisões na vida.
Debora: Porque elas acham que a Astrologia é uma crença, e não é. Ela pode ser definida sob vários aspectos – e isso também divide astrólogos -, como ciência natural, linguagem, arte. Eu, particularmente, a associo a uma linguagem simbólica.
Hanna: Primeiramente, acredito que, na época em que o conhecimento humano começou a ser legitimizado pela ciência (e consequentemente pela igreja católica), a astrologia foi muito discriminada por não ser algo que visa determinar concretamente o objeto de estudo. Depois disso, a astrologia passou a ser separada da astronomia e desde então, tem um cunho pejorativo.
Por que elas deveriam acreditar?
Érica: Pois, devido a essa perda de conexão com a força primordial criadora, as pessoas muitas vezes não conseguem aceitar que tudo que existe no universo está dentro de um centro energético e eletromagnético que tudo envolve e influencia. Portanto, se compreendessem essa co-relação, entenderiam automaticamente que o fato de um planeta estar a muita ou pouca distância ou se é pequeno ou grande em relação ao tamanho da Terra, não faz diferença alguma em termos de emanação energética, pois cada astro, cada estrela ou qualquer partícula “fora da terra” possui sua energia especifica, sua vibração em relação ao planeta e aos que nela vivem, assim como em relação aos demais astros.
"As pessoas não "deveriam acreditar" em Astrologia. Quando me perguntam se acredito, digo que acredito tanto nela quanto acredito na Matemática, na História, na Arquitetura e na Música. Ela simplesmente está lá, ela existe, ela funciona. Quanto mais sabermos sobre ela, mais compreenderemos sobre nós mesmos e sobre o mundo"- Debora
Hanna: Particularmente, eu não acho que as pessoas devam acreditar. Eu não vejo como uma crença, e sim como um bom método de mapeamento de personalidade e autoconhecimento.
No que os estudos sobre astrologia se baseiam?
Érica: Os estudos sobre astrologia têm como base o cálculo astronômico (com utilização da matemática e geometria) da posição exata dos planetas do sistema solar, incluindo o próprio sol e a lua (que fazem parte da nossa galáxia). As interpretações de um mapa se baseiam na posição dos planetas nas faixas das constelações zodiacais (ex: sol a 7 graus de Virgem, Lua a 23 graus de câncer, Vênus a 13 graus de Libra, e assim por diante) e na distância (em graus) em que um planeta se encontra do outro, daí são tirados os aspectos interplanetários, que podem ser conflitantes ou harmônicos, dependendo do ângulo que formam entre si.
"De maneira extremamente sintética, a Astrologia se baseia na correspondência entre o que acontece aqui, na Terra, e os movimentos dos planetas do nosso sistema solar e outros pontos astronômicos." - Debora
Hanna: O movimento dos planetas pelas constelações ajuda a demarcar períodos e estabelecer formas mais precisas para falar sobre personalidade. Adentrando um pouco mais no assunto, pode-se dizer que a astrologia trabalha com o conceito de arquétipos, essencialmente. Cada signo, cada planeta, casa casa tem seu arquétipo e eles se entrelaçam.
O que é um mapa astral? Como o mapa astral e a revolução solar influenciam as pessoas, suas vidas, suas personalidades?
Debora: Um mapa astral é qualquer mapa baseado na linguagem astrológica.
Izabel: Já o mapa natal é o “retrato do céu” da hora exata do seu nascimento, elaborado com base na latitude e longitude do local onde este fato ocorreu e ele é o indicativo de todo o seu potencial, dos caminhos a serem percorridos, das origens de nossa família e também das nossas “não potencialidades”, maneira como prefiro chamar nossas dificuldades. Ele é imutável, visto que somente nascemos uma vez, porém devemos lembrar que ele é superável em termos de elaboração pessoal a cada dia de nossa vida.
"Não é aceitável que se justifique atos e posturas pela simples explicação de que alguém tem determinado aspecto – ângulos em graus – que os planetas fazem entre eles, em nossos mapas, a Astrologia não é fatalista. Portanto, a Astrologia não justifica, ela indica ciclos, fases, caminhos, forças e fraquezas e nós, os senhores da razão, devemos ser os principais atores de nossas vidas, pois a grande “riqueza” será sempre como nós trabalhamos com este conhecimento"
Em outras palavras, se meu mapa indica uma pessoa com dificuldade para expor meus sentimentos, eu posso trabalhar terapeuticamente com este elemento, para que o mesmo se torne superável em minha vida. Provavelmente serei uma pessoa introvertida, porém que “aprendeu” a trabalhar esta limitação.
"Não existem mapas iguais então? Sim, eles podem existir desde que as pessoas tenham nascido no mesmo local, na mesma hora exata"
Por este motivo nem mesmo os gêmeos podem apresentar o mesmo mapa, visto que um sempre nasce primeiro e pode haver um intervalo até bem grande em tempo, entre o nascimento de bebês de partos múltiplos.
E o que é uma revolução solar? E trânsito astral? E horóscopo?
Érica: Revolução Solar é a volta dada pelo Sol de nosso mapa natal até chegar novamente no ponto inicial. Ou seja, é nosso aniversário na Terra, que sempre é contabilizado após 365 dias (que é o tempo que o sol leva para retornar ao ponto inicial do calendário e do zodíaco). Como o Sol indica nossa vontade criativa, nossa essência individual e nossa vontade maior, a revolução é indicada para analisarmos nossas prioridades de vida, o que estamos fazendo para sermos realmente felizes e alcançarmos a plenitude e o que pode ser melhorado para que isso de fato ocorra.
Já o Trânsito Astral analisa a relação de nosso mapa natal com determinado período que vivemos e a Sinastria, que é a relação do mapa de duas pessoas (em parcerias amorosas ou profissionais). Todas as análises influenciam de forma benéfica, aumentando a autoconsciência. As análises mostram tendências que podemos desenvolver, desde as mais presentes e fortes até as mais fracas e ocultas, permitindo que a visão seja cada vez mais clara sobre nossos comportamentos, sentimentos e ações (conscientes ou não) e consequentemente, melhorando nossa relação interior, com o ambiente e com as outras pessoas.
Izabel: A Revolução Solar é o mapa do ano, calculado com base na nossa data de nascimento, para a localidade onde o aniversário ocorre, pois devemos lembrar que a Astrologia é geocentrada, ou seja, um “retrato do céu” de onde o fato ocorre. Este mapa é um indicador das potencialidades deste ciclo e complementa as informações de nosso mapa natal, além dos trânsitos regulares dos planetas pela elíptica zodiacal – as constelações celestes.
Por que as pessoas deveriam tentar entender melhor sobre astrologia?
Érica: Justamente porque a astrologia não indica somente as qualidades e defeitos que já sabemos e sentimos que temos. Ela passa por todas as áreas da vida, indicando cada pequena parte, cada energia que nos forma e que pode aflorar desde que nascemos e as que podem se manifestar com mais idade ou de acordo com alguma situação ou sensação que detona determinado comportamento, sentimento ou pensamento.
O que vocês recomendariam às pessoas lerem, assistirem ou conheceram para entenderem mais sobre astrologia?
Érica:
LIVROS
“O Manual do Astrólogo” – Frances Sakoian & Louis S. Acker
“Os Astros e o Amor” – Liz Greene
“Astrologia – Doze Portais Mágicos” – autores variados
“O Grande Livro da Astrologia” – Derek e Julia Parker
SITE:
www.astro.com (Liz Greene)
Debora: Um dos primeiros livros que li, e que é bastante completo, é o da Anna Maria da Costa Ribeiro, chamado O Conhecimento da Astrologia. Recomendo que estudem com um(a) astrólogo(a) de confiança, que tenha muita experiência, e que sejam sempre muito críticos com o que aparece sobre o assunto na mídia, pois tudo costuma ser superficial e principalmente falacioso, e mesmo os aparentemente inofensivos memes de humor podem conter mentiras e distorções muito negativas. O ideal é começar do zero, sem pré-concebimentos.
Hanna: Existem diversos livros, mas particularmente gosto muito do site mapaastral.org como fonte acessível e de qualidade sobre o assunto.
Foto: magro_kr.
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