Ativismo narcisista: o ativismo limitado à própria vivência

Ativismo narcisista

O ativismo narcisista é o ativismo limitado à própria vivência.

Militantes de si mesmos, os ativistas narcisistas reduzem causas coletivas a experiências e dores individuais e, com frequência, invalidam ou reforçam as violências que não vivem.

Dialogar com o ativista narcisista é tarefa difícil, pois discordâncias se tornam acusações e ataques a toda uma causa.

É um ativismo egocêntrico, que usa o “eu” como principal argumento, comprovação e validação.

É uma das razões para movimentos sociais não se fortalecerem com a união.

Para vermos, com uma frequência notável: antirracistas sexistas, feministas xenofóbicas ou liberais, entre outros.

O ativismo narcisista e a escuta autoritária

Pode ser que você já tenha vivenciado ou até mesmo percebido uma situação de ativismo narcisista no seu dia a dia.

Muitas vezes junto à uma escuta autoritária, essas situações envolvem disputas para saber quem tem mais voz e até mesmo quem “milita” mais.

Um exemplo prático é quando mulheres negras criticaram e inferiorizaram umas às outras por suas escolhas e/ou relacionamentos com pessoas brancas, deslegitimando suas lutas.

Ou, quando uma mulher supostamente feminista ataca à outra com falas xenofóbicas e slut-shaming.

E, inclusive, quando um homem se coloca como principal em uma discussão sobre privilégio masculino e quer “lecionar” a mulher sobre o movimento feminista (mainsplaining, sabe?), direcionando o foco para ele e as próprias dores.

Os perigos do ativismo narcisista

  • Afastamento e enfraquecimento de grupos que poderiam ser aliados.
  • Individualização de causas coletivas. “A minha trajetória de sucesso em um mercado machista me faz feminista”.
  • Endeusamento de pessoas que agem como as únicas representantes de discursos e dores sociais.
  • Abertura para o ultraconservadorismo, que sempre está à espreita para negar a legitimidade das lutas coletivas. “Esses militantes são todos assim…”
  • Apropriação dos nossos discursos pelo capitalismo. Exemplos: grandes redes vendendo camisetas “feministas” ou um ator negro entre dez brancos ser prova do fim do racismo na indústria.

Você se lembra de alguém lendo este post? ⁣Esse ativismo egocêntrico e que abafa o diálogo te incomoda? ⁣Acompanhe também o @clarafagundes para mais conteúdos educativos e feministas como esse!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Compartilhe

clara-fagundes-pesquisadora-do-futuro

27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

Categorias

Podcasts de Clara

Encante-se com o trabalho de Clara

Carta Bruxa

Deixe seu e-mail para ser surpreendida com uma newsletter quinzenal mágica na sua caixa de entrada.

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!