Para o meu pai

meu pai

Este texto é uma declaração de amor ao meu pai. Um abraço virtual de uma filha em quarentena em São Paulo. É, também, um pedido concedido. Ele sempre me pede mais posts aqui no blog e não entende por que agora estou postando mais no instagram e no Youtube. “Não se esqueça do blog, viu? E o facebook? Postou alguma coisinha lá esses dias? Eu não vi…” Agora, vai ver. E vai ser para ele.

Meu pai, com seus passeios de carro de horas, regados à sorvete e música que ele sempre acha alta demais. 

Meu pai, que incentiva o blog desde que o criei e considerou um trabalho muito antes de eu mesma enxergar assim. 

Meu pai, que todo domingo me levava na banca de jornal de Washington e me deixava escolher gibis para um batalhão. 

Meu pai, que me deu muitos dos meus traços e que me ensinou a dar língua, pro desgosto da minha mãe.

Meu pai é um homem de rituais.

Se descobre um restaurante novo, vai ser nosso point de almoço por anos – até o lugar fechar ou encontrar um novo point. 

Meu pai ama estudar, ler e ouvir música. Adora me perguntar, no meio do refrão em inglês: “e o que eles estão falando aí?” Mas ama músicas mesmo se as letras não fizerem muito sentido. 

“Essa é boa”, ele diz, “só está um pouco alta, não tá não?” Eu nunca acho. 

Meu pai vive cercado de livros – ainda não aderiu ao Kindle, como eu. 

É a pessoa com sorriso mais fácil que eu conheço. Acho que é por isso que eu tinha orgulho da vizinha que me chamava de “sorrisinho” – algo que temos em comum. 

Meu pai é o pai preferido de todas as minhas amigas. Não há nem competição. 

Era o único pai disposto a sair buscando cada um em casa.

Era o único pai que fazia questão de ir buscar a gente nos lugares e de se inserir nas nossas conversas. 

Para todos, meu pai é um patrimônio. “E tio Afonso, como tá?” 

Meu pai seria alguém que eu amaria mesmo se não fosse meu pai. Mas, que sorte a minha, ele é. 

Feliz dia dos pais, paiê. 

Queria estar aí pra gente deixar a Petrobras mais rica passeando de carro e investir nos negócios locais, como a Castelo Branco, tomando um bom sorvete.

Você, um simples, de coco. 

Eu, um sundae completo, com toffee, mangaba e muita cobertura de chocolate.

Até breve.

E você, fez alguma homenagem nesse dia dos pais?

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clara-fagundes-pesquisadora-do-futuro

27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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