5 filmes felizes para sair da bad rapidinho

Não é raro encontrar filmes bons, filmes incríveis, filmes que emocionam. Difícil mesmo, para mim, é encontrar filmes bons, incríveis, que emocionam… E têm final feliz. A tristeza é mais poética, a violência é mais tocante e a solidão é mais singela do que a alegria, né? Mas nem sempre estamos a fim de ver filmes tristes ou violentos. Às vezes, tudo o que a gente quer é ver um filme com final feliz e de qualidade, ao mesmo tempo. Para alegria de todos e felicidade geral da nação (de leitores do blog), vivo em busca de bons filmes felizes – para variar dos filmes felizes idiotas que são lançados ano após ano – e decidi fazer uma série só sobre eles no DeClara. Esse primeiro post é uma homenagem a Bruno (beijo, Brunito!), uma das minhas pessoas favoritas do mundo.

Filmes felizes para acabar com a bad em algumas horas

Begin Again (Mesmo se nada der certo)

begin-again-filmes-felizes-para-acabar-com-a-bad
Filmes felizes para acabar com a bad: Begin Again.

País: EUA.

Mesmo se nada der certo conta as histórias paralelas de Dan (o maravilindo Mark Ruffalo) e Gretta (Keira Knightley). O primeiro, um produtor musical talentoso, mas auto-destrutivo, divorciado e recém-desempregado. A segunda, uma música que acabou de descobrir a traição do ex-namorado popstar global e acaba indo morar no apartamento minúsculo de um amigo (interpretado pelo queridinho James Corden!). Resumindo bem, é um filme sobre música, recomeços e relacionamentos humanos. Você vai assistir às vidas dos dois se cruzarem em uma das melhores cenas sobre música das últimas décadas. A partir daí, Dan passa a produzir o primeiro álbum de Gretta. Begin Again é um dos poucos filmes felizes em que o significado de ser feliz é contestado. Numa das várias ótimas falas desse roteiro iluminado, Dan explica que ama a música porque ela consegue transformar uma cena simples em pérolas de beleza e preencher o banal de significado. E esse diálogo não poderia ser mais metalinguístico. Mesmo se nada der certo é simples, mas, em meio ao amor à música, à boa construção da relação dos protagonistas e à magia dos detalhes, vira um filme efervescente de se ver. Disponível no Netflix.

A Little Chaos (Um pouco de caos)

um-pouco-de-caos-filmes-felizes-1024x682
Filmes felizes para acabar com a bad: Um pouco de caos.

País: Inglaterra.

Dirigido pelo maravilhoso Alan Rickman (sim, Snape), Um pouco de caos é um filme sensível, de roteiro simples e que funciona em cada detalhe. O roteiro, a trilha, o elenco (com direito ao próprio Rickman, além de Kate Winslet e Matthias Schoenaerts), o figurino, a fotografia, a edição de arte… Tudo nesse filme é impecável. O rei (Rickman) deseja construir novos jardins em uma propriedade e, para isso, abre uma seleção para encontrar um novo urbanista real. É quando a viúva Sabine de Barra (Winslet), uma mulher à frente do seu tempo, chama a atenção pelos seus desenhos. O filme é pura poesia, analogias e detalhes sutis. Como uma rosa, Sabine conquista o seu espaço na corte e no coração de Andrè le Notre (Schoenaerts). A personagem, como todas de Winslet, tem uma profundidade que abraça a alma. A Little Chaos é perfeito para quem também ama os filmes felizes baseados nos livros de Jane Austen. 

Dope (Um Deslize Perigoso)

dope-filmes-felizes-para-cabar-com-a-bad-1024x576
Filmes felizes para acabar com a bad: Dope.

País: EUA.

O roteirista e diretor Rick Famuyiwa, de “Confirmation”, chega ao auge da carreira com Dope. O filme narra o último ano do ensino médio de um grupo de geeks norte-americanosnegros, pobres e completamente apaixonados pelo hip-hop dos anos 90. A trama começa, de fato, quando eles se metem no lugar errado, na hora errada. Como em Begin Again, a trilha é uma das estrelas do longa. Dope é um filme colorido, em todos os sentidos, e trata de temas como preconceito, amadurecimento, ambição e sonhos. Tudo isso com uma leveza que te faz torcer por Malcolm, Diggy e Jib, dar algumas boas risadas e pensar: “que filme inteligente!” É um daqueles filmes felizes em que o tempo passa sem você perceber. Dope usa a linguagem das ruas e da música para falar de valores universais e construções sociais, mas sempre de maneira latente, nostálgica e esperançosa. A última cena é uma das melhores que eu já vi sobre questionar o racismo da sociedade. É de prender a respiração!

But I’m a Cheerleader (Nunca fui santa)

Filmes felizes para acabar com a bad: But I’m A Cheerleader!

País: EUA.

Mais um da série de filmes felizes e leves sobre temas pesados e tristes. But I’m a Cheerleader é uma sátira completa, cheia de cutucadas em todos os tipos de mitos e visões deturpadas dos homofóbicos. É a história de Megan, super popular, líder de torcida, super feminina… Que se descobre lésbica. Quando conta à família conservadora, ela é enviada ao acampamento True Direction, que promete ter inventado a Cura Gay™. Lá, conhece Graham (a Ladybugger de Ten Inch Hero), além de novos amigos, com as mais diferentes histórias. Leve, bonito e sagaz, But I’m a Cheerleader (porque me recuso a aceitar esse “Nunca fui santa” preconceituosinho) é um dos poucos filmes com temática gay que me convenceu de verdade. Por um simples motivo: não é preconceituoso. É um filme que fala do contexto que cerca as duas meninas. Mas, principalmente, do afeto entre elas, que é como o de qualquer outro casal. Uma gracinha de assistir, o filme tem um elenco excelente (btw, a protagonista é Natasha Lyonne, Nicky em OITNB), uma fotografia lindinha em tons pastéis e uma trilha sonora fofíssima. A direção é da competente Jamie Babbit.

Une Bouteille à la Mer (Uma garrafa no mar de Gaza)

Filmes felizes para acabar com a bad: Uma garrafa no mar de Gaza.

País: França, Israel.

Do diretor Thierry Binisti e baseado no livro de Valerie Zenatti, Uma garrafa no mar de Gaza é um conto sobre esperança. A judia Tal (Agathe Bonitzer), que morava em Paris, volta a viver em Israel e não consegue entender – ou aceitar – o medo rotineiro de atentados em Jerusalém. Do outro lado do muro, está Naim (Mahmud Shalaby), jovem muçulmano que perdeu quase toda a família para a guerra. Tal envia uma mensagem dentro de uma garrafa pelo mar, questionando o ódio entre judeus e palestinos. Naim resgata a garrafa e decide responder a tentativa de comunicação. Não consigo imaginar um enredo mais esperançoso do que esse que, desde o início, acredita na possibilidade real de diálogo entre os dois lados e aproxima personagens tão distintos. Talvez o grande trunfo do diretor seja a capacidade de descrever um conflito e suas vítimas sem pender para um dos lados – e nem te obrigar a escolher. Na falta de outros adjetivos, diria que Une Bouteille à la Mer é doce. Tá no Netflix.

Para mais filmes felizes incríveis, assista aos primeiros 7 filmes dessa lista.

Clique aqui para ler mais posts da categoria Explorar.


 E aí, cê gostou? Se sim, me acompanhe nas redes sociais ☀
Instagram, Facebook, Pinterest.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Compartilhe

clara-fagundes-pesquisadora-do-futuro

27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

Categorias

Podcasts de Clara

Encante-se com o trabalho de Clara

Carta Bruxa

Deixe seu e-mail para ser surpreendida com uma newsletter quinzenal mágica na sua caixa de entrada.

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!