“Homens lá na guerra… e cadê as feministas?”

Homens lá na guerra… e cadê as feministas?

Alistamento obrigatório, guerra & desonestidade anti feminista

Você já viu alguém usar o alistamento obrigatório para “cobrar feministas”?

É bem possível que você esteja vendo por aí gente usando essas notícias da guerra europeia para “desmascarar” ou cobrar uma luta feminista por alistamento obrigatório. 

Mas você sabe por que essas “cobranças” e “provocações” antifeministas são desonestas… e burras?

POR QUE É DESONESTO “COBRAR” FEMINISTAS PARA LUTAREM POR ALISTAMENTO OBRIGATÓRIO OU EXIGIR “DIREITOS IGUAIS” NISSO?

1. Quais foram as pessoas que orquestraram a guerra? Quem são as pessoas que se beneficiarão dela? A resposta de sempre: homens, brancos, ricos, imperialistas, movidos por uma política patriarcal de violência e morte.

2. O movimento feminista não é sobre “mulheres serem iguais e com direitos/deveres iguais” aos homens. Essa definição é rasa e liberal. O feminismo é um movimento político de luta contra a opressão sexista e o patriarcado.  

3. No patriarcado, entende-se que o poder pode vir de submissão e violência. 

A lógica do “mais forte” oprime mulheres, crianças… e justifica guerras. “Não importa se essa terra (ou matéria prima, riqueza natural, etc.) não é minha. Se eu for o mais forte, mereço ser o dono.”

Parece familiar? É porque a violência patriarcal apoia a cultura do estupro, bater em crianças, feminicídio e até pedofilia. Todas essas opressões – às quais o feminismo sempre se opôs – ignoram ideias como consentimentointegridade e autonomia para quem é visto como “o outro” e/ou “vulnerável”

4. feminismo é, por definição, antibélico e anti-imperialista. Não é por acaso que, historicamente, guerras imperialistas foram criadas por e para homens. Inclusive, utilizando o est*pro de mulheres e crianças como estratégia de submissão dos povos “dominados”. Mesmo os conflitos liderados por mulheres (como as curdas do YPG – que ilustram a foto em destaque nesse post) são por libertação e defesa.

5. Alistamento obrigatório não é “direito” ou “dever”, é uma opressão do Estado, criada por homens, em um sistema de violência patriarcal, que regula e explora corpos femininos de diversas formas. Portanto, se dependesse de feministas, não existiria para ninguém. Nem homens, nem mulheres. Mais um motivo para apoiar o feminismo. 

 6. Por que mulheres deveriam lutar para garantir para si mais uma opressão estatal, quando nem mesmo os homens, que criaram essa política, querem fazer isso?

Foi o próprio sexismo que reservou às mulheres o lugar de “cuidar” das crianças, do lar, dos doentes e idosos… Então, no único contexto em que homens se “prejudicam” pelo sistema patriarcal que os beneficia diariamente, as feministas são culpadas?

Por que, ao invés de querer colocar mais um peso nas nossas costas, os homens (maioria esmagadora na política em todo o mundo) não estão lutando para extinguir essa opressão? Por que não se insurgem contra o imperialismo e o patriarcado que oprimem, principalmente, crianças, mulheres, pessoas pobres e negras? Feministas estão fazendo isso há muito tempo.

7. O argumento fica ainda mais ridículo direcionado a mulheres brasileiras, de um país que foi colonizado, explorado, estuprado pelo imperialismo do Norte global.

Uma população que, durante toda a história, foi subjugada por homens, brancos e ricos que lucram com a guerra e com a exploração dos corpos femininos e do trabalho doméstico exercido por mulheres no mundo todo. Sinceramente, o que essas pessoas têm na cabeça?

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Qual sua opinião sobre a guerra e o movimento feminista? Já viu alguém usar o argumento do alistamento obrigatório ou até das guerras para disseminar o antifeminismo? Me conte aqui nos comentários!

Compartilhe o post e convide homens e mulheres a refletir sobre esse tema tão repetido – e distorcido também. ✨

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27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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