☀ Desde quando alimentar a inveja alheia virou uma boa ideia? ☀
“A sua inveja faz o meu sucesso.”
“Seu recalque é o caminho da minha fama.”
“Beijinho no ombro pro recalque passar longe.”
“Dia difícil para as inimigas…”
Cada uma dessas frases tem centenas de milhares de resultados no Google e, arrisco dizer, você já disse, leu ou ouviu algumas delas várias vezes nos últimos três anos. A nossa geração entrou num loop vicioso de acreditar que o sucesso está atrelado ao que as outras pessoas – geralmente, mulheres – sentem e não só às conquistas e pronto. Pior: ao que elas sentem de ruim, e não de bom.
Muitas de nós nem percebemos e entramos na dança. Como se já não fôssemos incentivadas o bastante pelo cinema, pela TV, pelas música e pela própria educação tradicional a alimentarmos uma competição interminável, agora, até o gosto do nosso sucesso precisa vir acompanhado do gostinho de inveja alheia. Não basta “vencer na vida”, temos também que pisar nas recalcadas, lacrar na cara das inimigas!
Desde quando alimentar a inveja alheia virou uma boa ideia? Para mim, é um sinal de que desaprendemos a (um dia soubemos?) caminhar juntas. Me chamem de purista, de sonhadora, mas prefiro acreditar no mito da sororidade do que nesse que diz que somos todas competidoras invejosas. Prefiro acreditar no sonho de desbravarmos caminhos juntas, lutando por mais direitos e espaço, do que no pesadelo que é essa necessidade eterna de chutar a escada depois de conseguirmos conquistar nosso lugarzinho ao Sol. Por isso, sugiro o inverso: que subamos todas! Cada uma a seu tempo, mas aprendendo um pouco com cada uma que tenha desbravado antes os caminhos tortuosos do sucesso. Até porque, não, infelizmente o Sol ainda não brilha para todas – mas certamente deveria.
Cada uma de nós traz consigo infinitas habilidades e experiências únicas. Não dá para entender isso de perdermos tempo competindo, nos comparando, quando poderíamos estar ganhando tempo compartilhando histórias e conhecimento.Juntas, somos melhores. A vida real não é um grande jogo de tabuleiro: o jogo não acaba porque porque uma de nós chegou primeiro à reta final. Ainda bem. Afinal, existem tantas retas finais, tantas variedades de sucesso que chega a ser prepotente ingênuo acreditar que o que você considera sucesso é o que todas as outras também desejam. Não esqueça: cada uma deve encontrar o seu próprio jeito de ser feliz.
Proponho falarmos em admiração, não inveja. Inspiração, não cópia. União, e não recalque. Exponho assim um outro jeito de (re)pensar – e eu sei que não sou a única a concordar com ele. Para sair distribuindo em panfletos por aí:
A inveja dazinimiga não faz o seu sucesso porque não somos inimigas. Ah, e, claro, porque conquistaríamos – conquistaremos! – muito mais sucesso juntas.
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