Não é novidade que Mad Men é um seriado que preza por suas mulheres. O seu time de roteiristas sempre contou com uma porcentagem muito significativa de mulheres, e o próprio criador do seriado, Matthew Weiner, já declarou em diversas ocasiões a importância que as mulheres e o feminismo têm na trama. O resultado disso é um dos seriados que melhor retratam mulheres da história da televisão.
5 motivos pelos quais Mad Men é uma série sobre mulheres
1. O cenário machista serve de pano de fundo para o heroísmo das personagens femininas
É fácil se assustar com a quantidade de atrocidades que acontecem com as mulheres no seriado. Elas são repetidamente diminuídas, abusadas, menosprezadas e julgadas por uma penca de homens parrudos e importantes no meio da publicidade. No entanto, isso se apresenta muito menos como descaso com construção das personagens femininas e muito mais como uma oportunidade para que elas possam brilhar e crescer na série, à medida em que conquistam vitórias – por meio de muito esforço – nesse meio que lhes é tão hostil.
2. Mesmo as personagens que não prosperam são importantes
Nem só de vitórias se vive o homem – ou, nesse caso, a mulher. A década de 60, em especial, não era nenhum mar de rosas para quem quer que fosse do sexo feminino. Se donas de casa, secretárias e escritoras não são plenamente respeitadas no nosso século, não é na Nova Iorque de tantos anos atrás que isso vai acontecer. Seria irrealista esperar que todas as mulheres de Mad Men conseguissem sempre finais felizes, mas não é por isso que mesmo as suas derrotas são menos importantes. Elas nos dão a oportunidade de nos identificar e reconhecer tudo pelo que as mulheres passaram e ainda passam até hoje, e a importância de continuar lutando por uma realidade que se mostre mais gentil conosco.
3. As personagens são complexas
E aqui eu não falo só de Peggy Olson ou Joan Holloway. Mesmo as mais secundárias das personagens femininas de Mad Men podem se mostrar surpreendentes, independentes, donas dos próprios sonhos e conflitos internos. Só para citar algumas: Betty, Megan, Rachel, Marie, Dawn e até Meredith (<3). Todas personagens que, em um ponto ou outro do seriado, surpreendem com suas personalidades, desejos e/ou trajetórias (mesmo que com ressalvas).
4. A passagem da infância para a adolescência feminina é retratada com maestria
Sou suspeita a falar sobre isso, já que Sally Draper é uma personagem que amo do fundo do coração, mas não poderia deixar de ressaltar o espaço ela ganha ao longo das temporadas. É incrível ver Sally evoluir de uma garotinha que não entende muito bem o mundo para uma adolescente que, por vezes, se horroriza e machuca com a feiura dos comportamentos adultos que se desenrolam ao seu redor e, por outras, é capaz de emular esses mesmos comportamentos. Poucas coisas me comovem mais do que essa transição de Sally para a vida adulta, e a forma como os seus sonhos infantis aos poucos são substituídos por amargas doses de realidade. Ver Sally descobrir quem realmente são seus pais e os demais adultos à sua volta, se revoltar com esse conhecimento tão duro e depois passar a de certa forma compreendê-los é impressionante.
5. Peggy. Fucking. Olson.
Peggy passa por quase tudo que uma mulher de qualquer tempo já passou ou pode vir a passar, em maiores ou menores medidas. Ela é menosprezada, usada, julgada pela aparência, julgada pelas escolhas de vida e posta nas mais delicadas situações, profissional e pessoalmente. Ainda assim, ela prevalece. Não sem danos, não como um modelo perfeito e inabalável de mulher, mas como uma pessoa que nunca desiste e nem abre mão dos seus valores e sonhos. Entre altos e baixos, é talvez uma das únicas personagens pelas quais vale a pena torcer com todo o coração, e vê-la conquistar seu espaço é certamente o ponto mais alto do seriado.
Gostou desse texto? Vai gostar também de: A série de cada signo: veja qual é a sua!
[Mad Men, por exemplo, é perfeita para as pessoas de Touro.]