No episódio de hoje, Clara Fagundes conversa com Mari Palma sobre ser mulher, ter o direito de errar e ser livre.
O Olá, bruxas! está de volta, como sempre com mulheres incríveis e dessa vez falando sobre Criadoras, mulheres que estão construindo futuros possíveis.
Nessa temporada do Olá, bruxas vamos conversar com mulheres inspiradoras, mulheres que estão criando o futuros melhores para outras, das mais diferentes formas.
Homens e mulheres erram, mas os erros femininos parecem mais graves e imperdoáveis. Afinal, entendemos mulheres como maduras, responsáveis. Será mesmo? Hoje vamos falar sobre isso e sobre mulheres no futuro da comunicação com mais uma convidada especial.
Ler mais: Mulheres, erros e liberdade, com Mari PalmaEu sou Clara Fagundes, futurologista, comunicóloga, e esse é o meu podcast Olá, bruxas.
12# Mulheres, erros e liberdade com Mari Palma.
Clara Fagundes – Hoje vamos falar sobre mulheres, erros, liberdade e também sobre o futuro da comunicação com Mari Palma.
Clara Fagundes – Olá Mari, seja muito bem-vinda ao Olá, Bruxas! Eu estou muito feliz de você estar aqui.
Mari Palma – Eu estou muito feliz com o convite, acompanho seu trabalho há muito tempo, acho importante o que você faz. Quando o convite chegou, eu falei “claro, vamos fazer logo, quando ela quer? Só chamar que eu vou!” (risos).
Clara – Eu amo! (risos). Primeiro, porque eu amo o seu trabalho também, então é totalmente recíproco. E segundo que você foi um dos primeiros nomes que vieram na minha cabeça quando eu defini o tema da temporada, que são Criadoras – mulheres que estão ajudando a criar futuros melhores para outras mulheres, que estão abrindo caminhos para outras mulheres.
Clara – Eu queria que você se apresentasse, contasse um pouco sobre a sua trajetória profissional, aproveitando que você lançou recentemente o Popverso. Como que estão os seus planos?
Mari – Então, menina! Eu vou tentar ser breve aqui porque enfim, são quase 15 anos já né fazendo comunicação, trabalhando com isso. Eu sou jornalista de formação, trabalhei quase 12 anos na Globo, na verdade foi meu primeiro emprego, entrei como estagiária, e aí eu comecei trabalhando muito na área de digital, sempre fui uma pessoa mais da área digital, e aí com o tempo fui crescendo lá dentro, me arriscando a fazer vídeo, me arriscando a fazer outras coisas. Descobri que eu era apaixonada por fazer vídeo, logo eu que sou super tímida, que estranho né? E aí a vida me levou para ser uma pessoa que está à frente das câmeras. Em 2015, eu fui convidada para fazer o G1 em um minuto, que era um boletim de um minuto na programação nacional da Globo e foi o projeto da minha vida, o que de fato fez as pessoas descobrirem quem eu era. Eu fazia pela manhã ao vivo, eu não tinha TP então não tava lendo nada, era tudo na minha cabeça, era um desafio. Eu tinha vinte e cinco anos na época, ou 26, e era minha primeira experiência na câmera para televisão, já em rede nacional, sem TP, e acabou dando muito mais certo do que eu esperava, as pessoas começaram a se identificar comigo porque eu tive a sorte e o privilégio de poder me vestir de mim mesma fazendo aquilo, então eram as minhas roupas, até hoje são. Eu pude sair um pouco daquele caminho tradicional que existia dentro do jornalismo, que não tô dizendo que é pior ou melhor, isso me assustou no começo, mas foi um ponto de identificação das pessoas comigo e a partir disso eu comecei a enfrentar outros desafios dentro da minha carreira, mas sempre com o pé na autenticidade, porque aquela Mari do G1 em um minuto segue aqui no Popverso, em todos os projetos que eu que eu assumi a partir desse momento. Então acho que é isso, resumindo são quase 15 anos de carreira, e vamos em frente!
Clara – Você falando eu fiquei com muita curiosidade: Como foi esse processo criativo do Popverso? Porque é um programa muito diferente, né? Traz notícia, traz Instagram, tá no YouTube, então é realmente multimídia, é realmente conectado ao futuro. Queria saber mais sobre esse processo.
Mari – Olha, vou te falar que que o Popverso ele tá sendo um presentaço, já era um presente para mim antes mesmo de estrear, porque ele é basicamente tudo que eu acredito na comunicação hoje em dia. Ele é um programa multiplataforma, então é um programa que primeiro você assiste no YouTube, e olha que mudança de percepção que a gente tem da comunicação, né? Porque hoje, você falar que você assiste TV, você pode assistir TV pelo celular, você pode assistir TV de fato, mas você pode assistir TV a hora que você quiser, não necessariamente na hora que passa. Então todo esse modelo de consumir conteúdo mudou muito nos últimos anos, vem com uma mensagem muito importante de ser totalmente multiplataforma, e de ser um programa totalmente digital e trazer esse olhar diferente para produção de conteúdo de televisão. Então eu acho muito legal, fico muito feliz que a CNN viu em mim a pessoa para encabeçar esse projeto, porque é tudo que eu acredito num lugar só e a gente tem muita sorte de ter uma equipe que também pensa nisso. Nossa ideia é sempre sair do automático, porque às vezes a gente no dia a dia ali né, jornalista e tal, as coisas estão acontecendo e a gente tá sempre pensando no automático “tá, vamos vamos por esse caminho”. Mas e esse caminho? E aquele caminho? Por que não ampliar esse olhar? Esse é um exercício que a gente vem fazendo nesse primeiro mês, nessa primeira fase do Popverso. Tem sido um desafio bem gostoso, sabe? Eu gosto muito quando a comunicação me desafia, gosto muito de sair da zona de conforto, me dá frio na barriga, acho que o Popverso vem preenchendo esse friozinho na barriga que eu sinto falta às vezes de ter. E o resultado até agora tá maravilhoso, tenho recebido retornos incríveis de pessoas dizendo “que gostoso de assistir, é uma dinâmica legal, é um ritmo gostoso, a gente aprende mas é leve”, então é muito legal trazer esse olhar de uma comunicação mais leve, mais informal. A gente não tá falando de fazer brincadeira, não é isso, muitas vezes as pessoas entendem isso, sabe? “Lá vem a Mari fazer brincadeirinha”. Não é brincadeira, a gente pode falar sobre um assunto sério de maneira leve e informal, também. É mais sobre formato do que sobre qualquer outra coisa. Acho importante a gente dizer isso, que a informalidade, a leveza, ela não tira a seriedade e a credibilidade do que está sendo falado, pelo contrário, ela cria identificação. Dá para a gente falar de assunto sério, mas do nosso jeito, de um jeito que às vezes você vai passar e vai falar “nossa, aprendi e nem percebi, o tempo passou”. A gente tá nesse começo de caminho e tem tudo para ser muito legal.
Clara – Eu me apaixonei pelo formato. Tenho um quadro há quase três anos que chama Análise Pop, você até já compartilhou algumas vezes, e é bem essa ideia de trazer conteúdo sério, conteúdo denso, mas bota um BBB, bota uma trending topic do Twitter, bota a série que estão falando no momento. Eu acho isso muito muito importante: Democratizar as conversas, simplificar as conversas. Às vezes a gente tá ali falando no ambiente do jornalismo, no ambiente acadêmico, e beleza, mas qual é o alcance disso? Se a gente simplifica, se a gente traz Boca Rosa pra falar sobre influência, sobre estratégia, é completamente diferente de eu trazer a especialista que vai falar com termos difíceis, que vai trazer Bauman… Então eu acho muito muito muito importante essa troca e essa simplicidade que traz profundidade também. Apenas apaixonada pela ideia.
Mari – De fato, é o que você faz. E é muito curioso, porque essas discussões acontecem, o mundo do entretenimento levanta reflexões que ultrapassam entretenimento. Tocamos sobre vida em sociedade falando sobre relações dentro do Big Brother. Às vezes é preciso desenhar, então vou falar que o que você faz também é genial, porque é quase um “vem aqui, senta aqui comigo para eu te explicar porque não é legal fazer isso”. A gente é muito conectada nesse sentido de querer muito simplificar e fazer as pessoas entenderem, afinal comunicação é para a pessoa entender, né? Eu chamo isso de ativismo de ponte, é como se tivesse o lado de lá e o outro lado. De um lado tem um monte de feminismo, do outro tem um super conservadorismo. Tem a extrema direita, e do lado de cá tem a galera que já está convertida. Eu quero estar ali na ponte, porque eu quero chamar quem tá indeciso, quem não sabe muito bem de que lado tá.
Continua…
Escute todo o episódio #12 Mulheres, erros e liberdade com Mari Palma
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