“Em quem eu penso quando imagino uma mulher que é digna de amor?”
Você já parou para pensar por que gosta do que e de quem você gosta? Acredita que seus afetos e preferências são individuais?
Uma das nossas maiores ilusões é que emoções, gostos, opiniões, preferências são unicamente nossos. A verdade é que aprendemos desde crianças o que é bonito, certo, interessante, quem merece amor, proteção e cuidado – e quem não.
UMA REFLEXÃO SOBRE AFETOS
Afeto, amor e desejo entram nessa mesma lógica.
Crescemos vendo Cinderela e Aurora serem escolhidas por príncipes unicamente por sua beleza – branca, loira, eurocêntrica, magra. Vendo as mocinhas brancas e “delicadas” das novelas, séries, comédias românticas serem sempre as escolhidas, amadas, mais lindas.
Em casa ou na rua, mulheres escutam:
“Se ela não se cuidar, vai morrer sozinha.”
“Ela tem uma beleza exótica, diferente da clássica.”
“Gorda assim, nenhum homem vai te querer.”
“Coitada! Nessa idade e ainda solteira.”
“Homens são visuais, a aparência é tudo.”
Assim, entendemos que:
O amor, para mulheres, é uma conquista da beleza. E a beleza é branca, magra, cis, jovem, de cabelos lisos e nariz fino.
Então, embora nenhuma mulher realmente atenda ao padrão de beleza (porque ele é inalcançável), quanto mais distante dele estiver, menos ela será alvo de amor e afeto.