Rivalidade feminina com Júlia Konrad

No dia a dia, nossas referências incentivam a rivalidade feminina das mais diferentes formas – no cinema, nos livros, nas músicas, nos conselhos que a gente ouve na infância, nas nossas referências de sucesso e de vilãs. Mas a quem serve a rivalidade feminina?

Às mulheres, certamente, não. A rivalidade é uma expressão e opressão do patriarcado. Uma ferramenta bem eficaz para alienar, despolitizar e afastar mulheres.

Além disso, é uma doutrinação que começa desde cedo. 

A reprodução da rivalidade feminina pela sociedade!

A madrasta tem inveja da princesa. 

A novata é mais inteligente, bonita e gentil que a menina mais popular do colégio. 

Aprendemos a ter orgulho de pensar “sou diferente das outras”.

E por isso, vamos conversar sobre a visão distorcida de que outras mulheres são nossas rivais, concorrentes. 

Precisamos competir no trabalho, no amor, na amizade, na beleza e, chocante, eu sei, também no feminismo. 

O que aprendemos a vida toda não desaparece no ar porque conhecemos o feminismo. 

A raiva e a competição com outras mulheres só dá uma repaginada. Afinal, o sucesso feminino é pintado como excludente: para uma mulher brilhar, outras precisam ser desmascaradas como farsas. Pois é. Igual aquele filme de ensino médio ou às madrastas más das histórias. 

A rivalidade fica e, com ela, o simplismo com que as mulheres são julgadas. Inclusive por outras mulheres. 

Fada sensata. 

Perfeita, sem defeitos. 

Ou biscoiteira, desserviço, oportunista. 

Umas ainda estão presas no “ela não é tudo isso” para a mulher que faz sucesso, que é vista como inteligente ou talentosa. 

Outras, transformam essa competição em “ela não é feminista de verdade” e transformam erros em provas concretas da hipocrisia da até então aliada.  A lógica é a mesma: os erros femininos continuam sendo julgados com punho de ferro. 

Não é sobre “passar a mão na cabeça” só porque é feminista. E, sim, entender que mulheres não são *inimigas* e nem produtos em vitrines. Descartáveis, quando já não realizam as expectativas alheias. Competindo no mostruário com outros produtos também substituíveis. 

Por fim, chegamos ao 7º episódio, do olá, bruxas! e nesse episódio convidei a cantora e atriz, Julia Konrad, para bater um papo sobre rivalidade feminina.

Questione-se! Será que você reproduz a rivalidade feminina?

Você sente um prazer escondido ao cancelar outras mulheres? 

Uma feminista já invalidou seu ativismo por uma discordância?

Você identifica rivalidade feminina em seus julgamentos?

Pois é. O assunto é longo e precisa chegar em mais mulheres.

COMO ACABAR COM A RIVALIDADE FEMININA? 

 – Será que estamos investindo nosso tempo e esforço nas pessoas certas? 

 Representatividade política, na liderança, na mídia – contratar, indicar mulheres – normalizar o sucesso feminino.

Não elogiar com comparação.

Não cobrar de mulheres a perfeição.

QUEM É JÚLIA KONRAD?

Ela é cantora, atriz e maravilhosa. Veio para falar sobre a rivalidade feminina.

OLÁ, BRUXAS

É um podcast onde conversamos sobre feminismo e nordestinidade. Estamos na segunda temporada, focada nas questões da socialização feminina.

Por isso, no episódio #7, junto a Julia Konrad, falamos sobre a rivalidade feminina.

Ouça na íntegra o episódio e reflita mais profundamente sobre o assunto.

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27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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