uma reflexão sobre o imaginário popular – e romantizado – da pobreza.
A pobreza que abre mão de tudo e que nunca cede aos prazeres mundanos.
A pobreza que precisa não ter NADA para merecer o mínimo.
A pobreza humilde, sofrida… bonita, quase.
Ela se opõe, claro, à pobreza preguiçosa, merecida.
São essas as ideias por trás das frases:
“Seu filho não tem leite e você está pedindo na internet? Venda o celular!”
“Será que tá sem leite mesmo? Ou você não está fazendo o que deveria?”
E de tantas outras, tão rotineiras:
-“Dinheiro não traz felicidade”;
-“Deus ajuda quem cedo madruga”;
-“Não adianta dar o 🐟 para quem não quer pescar”;
-“Pobre não precisa de muito pra ser feliz…”
-“Diz que é pobre, mas… (qualquer lazer ou conforto)”
-“Não quer trabalhar, prefere pedir”.
Você já ouviu ou até disse algo assim?
Culpar as pessoas pela própria pobreza é ignorar a desigualdade social, a crise política e econômica e o próprio funcionamento do capitalismo – que, para rodar, precisa da miséria de muitos e da riqueza de poucos.
Mas há outra crueldade aí: a que desumaniza. A que diz, com todas as palavras que o pobre não pode ter NADA.
“Está passando fome e ainda quer ter internet?”
“Está passando fome, mas quer ter celular?”
Mesmo se a internet não fosse também meio de sustento, educação, comunicação…
Pessoas precisam de lazer.
Precisam de conforto.
Isso é verdade para ricos e para a classe média. Inclusive, os “eu mereço”, “eu preciso” já viraram até meme:
“Eu preciso viajar”.
“Eu mereço essa bolsa”.
“Eu mereço esses mimos”.
Você já pensou sobre isso? Me conte nos comentários!
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