Moda inclusiva | Todo mundo pode usar cropped (e o que quiser!)
Frequentemente, recebo e-mails e mensagens de meninas que perguntam: “meu corpo é de tal forma, eu posso usar determinada peça?” ou “meu corpo é assim, como posso ficar bem com tal tendência?” E a minha resposta é invariavelmente que todo mundo pode usar o que quiser, como quiser. O limite da moda é sempre o limite do seu estilo pessoal e do contexto em que você está.
Esses e-mails me deram a ideia de começar uma nova série no blog: “todo mundo pode usar”, sobre moda inclusiva. É fato: quando eu vejo dúvidas assim, tenho vontade de dar um abraço em quem está do outro lado como quem diz: “ei, eu entendo, te fizeram acreditar que moda é prisão”. Mas, para mim, moda é liberdade, é expressão. E é por isso que é tão absurdo que tantas meninas e mulheres não possam usar o que querem porque não encontram nas lojas… Mas não vou entrar nesse mérito, porque acredito que seja um tópico para outro post. [Enquanto isso, leia sobre “Comprar de quem faz” e descubra um novo mundo de possibilidades!]
Neste aqui, o primeiro da série “Todo mundo pode usar”, quero falar sobre os croppeds. A tendência foi mais uma das que voltaram nessa onda 90s que estamos vivendo. Polêmica, surgiu como um furacão na moda no início de 2014. De lá para cá, nunca mais perdeu espaço. A força dos croppeds certamente tem tudo a ver com a alta do cós alto – que eu amo. Afinal, já têm o comprimento perfeito para não precisar colocar a blusa por dentro da saia, calça ou short de cintura alta.
Como qualquer nova tendência, o cropped veio acompanhado de infinitas regrinhas. Deveria ser usado por meninas magras. Não podia ser curto o bastante para deixar a barriga aparente. Não ficava bem se fosse colado e a dona da peça tivesse gordurinhas laterais. Não combinava com homens. Ficava melhor em meninas mais altas e com seios pequenos… E a lista continua incansavelmente. Não foi aleatória a escolha do cropped como a primeira tendência que todo mundo pode usar. Infelizmente, quase três anos depois, a tendência ainda é um tabu para muitas mulheres!
A primeira coisa a entender quando falamos em moda inclusiva é: a roupa não deve servir para te esconder e, sim, para te valorizar. Os croppeds não vão, de fato, esconder gordurinhas, a sua altura (ou falta dela) ou a sua barriga. E tudo bem! Até porque essa não é a função deles: a função deles é refletir o seu estilo de se vestir. Dar um teaser da sua personalidade. Te fazer se sentir bonita ao se olhar no espelho!
Saí para fotografar com três pessoas maravilindas bem diferentes em estilo e em tipos de corpo: Bia Gremion, Carol Ansaldi e Leonardo Oliveira. Eu sou curvilínea, Bia é gorda, Carol é baixinha e Leo é homem. Juntos, formamos um quarteto que, na teoria, deveria passar longe dos croppeds. Bom, dane-se a teoria. Na minha teoria (e também na minha prática), todo mundo pode usar o que quiser!
Uma das coisas mais bonitas da moda é como uma única tendência pode refletir bem personalidades e gostos diferentes. Carol quebrou o p&b do look com a viseira pink. O acessório deixou todo o look numa vibe meio pop dance dos anos 80. Bia, 100% sereia punk, brincou com transparência, rosa, o verde do cabelo e brincões enormes. Para finalizar, arrematou com um casaco fake de pelos, só pra não deixar dúvidas quanto ao seu close certo!
Leo também investiu na transparência e, ainda assim, criou um look bem distinto do de Bia. Gótico suave, misturou referências de Meninas Malvadas com spikes e tênis branco. Eu também me joguei no tênis branco, meu sapato coringa pra vida. Mas o look ficou super high school, já que o tênis foi combinado com a saia midi xadrez, a bolsa caramelo e a tiarinha a la Blair Waldorf.
A verdade é que, se fôssemos dez pessoas, cada uma de nós poderia terminar com um estilo completamente diferente, mesmo se todos estivéssemos de croppeds. Liberte-se da teoria você também e se inspire! Quem sabe usar cropped não seja uma ideia incrível para você?
Fotos por João Toledo. Maquiagem por Tati Anderi. Recomendo os dois de olhos fechados, inclusive! ?
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